Financiamento e Garantia, chave da Competitividade no Comércio Exterior

19 de novembro de 2015

ENAEX - FOTOModerador do painel “Financiamento e Garantia, chave da Competitividade no Comércio Exterior”, André Clark Juliano, coordenador do Comitê de Exportação de Serviços da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), introduziu o tema dizendo da singular importância, neste momento de dificuldades econômicas, da parceria entre o público e o privado. “O Brasil sairá da crise principalmente através do setor externo e de infraestrutura”, afirmou.

O subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda (SAIN), Guilherme Laux, disse, em sua palestra, que o governo atua em falhas de mercado e que em anos de alta volatilidade, como 2009 e 2012, essa atuação tende a crescer, o que reduz o custo-país e traz benefícios diretos e indiretos. De acordo com ele, o FGE (Fundo de Garantia à Exportação) conta atualmente com um patrimônio de R$ 21 bilhões. Em cinco anos o apoio à exportação propiciado pelo fundo deverá estar adequado ao tamanho da economia brasileira, acrescentou. “Temos apetite pelo risco, cobrimos qualquer risco”, afirmou Laux, ressaltando, porém, que a gestão trabalha com prudência, o que resulta em baixíssimo índice de inadimplência e pouca perda de operação para os concorrentes. O presidente da ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias), Marcelo Pinheiro Franco, lembrou que o órgão foi criado há apenas dois anos, para trabalhar em interação com a SAIN. Segundo ele, o Brasil vem se aproximando, cada vez mais, das nações mais desenvolvidas para observar como funcionam seus respectivos institutos de fomento à exportação, não tendo sido detectada defasagem em relação a eles. “Não percebemos grandes distâncias em termos de apoio, em termos de política de fomento, o que nós chamamos de facility, que é o instrumento de financiamento, acoplado ao seguro de crédito à exportação”, afirmou. “Temos um bom nível de competitividade, mas sempre há algo a melhorar.”

Franco destacou a aproximação das entidades de classe com a ABGF na tentativa de aperfeiçoar os mecanismos de fomento. “É nossa obrigação ouvi-las para trazer novidades para o modelo. Mas notamos uma ausência do setor de bens de capital. Talvez tenhamos que buscar uma aproximação.”

O debatedor Roberto Giannetti da Fonseca, vice-presidente da AEB, afirmou existir no Brasil “um grande mal-entendido” em relação ao financiamento das exportações, provocado pela politização do tema e pela desinformação da mídia, que respalda essa politização – configurada, segundo ele, no equivocado questionamento sobre a necessidade de financiar obras no exterior enquanto o País necessita de recursos para seus próprios investimentos.

“O sistema de financiamento às exportações é uma das políticas mais perfeitas do nosso comércio exterior”, afirmou, destacando iniciativas tomadas desde a década de 90, como o PROEX Equalização, o BNDES-Exim e o Seguro de Crédito à Exportação. “É um sistema competitivo, com excelente governança e baixíssimo nível de inadimplência.”

Fonte: Informativo de Comércio Exterior AEB – Julho/Agosto – Ano XVI – Número 135. Especial ENAEX – 2015.