Nigéria
Por Alexandre Rinaldi, assistente técnico da Diretoria de Análise de Risco e de Mercado
A Nigéria é a mais populosa nação africana, bem como o nono maior exportador de petróleo do mundo graças a suas abundantes reservas de hidrocarbonetos. A reavaliação da base de seu PIB, em 2014, colocou o país como a maior economia da África – posto perdido recentemente devido à crise econômica ainda em andamento – com seu PIB hoje somando US$ 355 bilhões.
O crescimento econômico desde o início da década, de média superior a 7% ao ano, foi interrompido por uma crise originada na desaceleração do setor de óleo e gás em 2015. Atualmente, a nação busca retomar o dinamismo econômico por meio da diversificação de atividades produtivas, investimentos públicos e atração de capital estrangeiro. A despeito do descontrole fiscal e da baixa capacidade de arrecadação, o país registra ainda níveis de endividamento público modestos e uma situação externa confortável, decorrentes de um longo histórico de superávits em conta corrente.
Apesar do bom desempenho neste início de século, ainda existem diversos desafios a serem enfrentados pela sociedade nigeriana. Estes problemas estão refletidos no mau desempenho dos indicadores sociais (152º no IDH entre 187 países), nas altas taxas de desemprego, pobreza e desigualdade, além dos preocupantes resultados das pesquisas sobre corrupção.
A extrema dependência econômica, especialmente para as contas públicas, do setor petrolífero tem se mostrado um entrave resistente para um melhor desenvolvimento socioeconômico, como no caso de muitos outros países com estrutura similar. A diversificação da economia da Nigéria é dificultada ainda por um ambiente de negócios adverso que inclui mão de obra pouco capacitada, insegurança institucional e infraestrutura deficiente.
O país conquistou estabilidade política com a redemocratização no final dos anos 1990 e as primeiras experiências com a alternância política no poder, mas ainda sofre os efeitos de movimentos separatistas internos, especialmente na região Nordeste, mais remota. A estabilidade passará por mais um teste em fevereiro de 2019, quando ocorrerão as próximas eleições presidenciais e legislativas.